segunda-feira, janeiro 18, 2016

Vitória SC 1 x 0 F.C.Porto - Alguém pode falar em surpresa?



Depois da saída do treinador com quem os jogadores, ao que parece, já não se davam, depois de uma vitória gorda na última jornada, depois de um apuramento para as meias-finais da taça à custa de muito sofrimento e com um final quase épico e depois de um surpreendente Tondela conseguir ir a Alvalade roubar pontos ao 1º classificado, o F.C.Porto tinha motivação mais que suficiente para lutar pelos 3 pontos em Guimarães. Acabou por perder e ninguém ficou surpreendido.

Depois do jogo de ontem, creio que muitos dos que defendiam a continuidade de Rui Barros como técnico pensarão agora duas vezes. "Il piccolo" é de facto um grande portista mas está (ainda) longe de ser um treinador de alto nível, principalmente o treinador de que o Porto precisa neste momento.

Como se não bastasse a falta produtividade do colectivo, ontem tivemos direito a mais um erro grave de Casillas, erro esse que provou ser fatal. O excesso de confiança foi fatal ao "portero" e de forma desastrada colocou a bola nos pés do avançado vimaranense que não desperdiçou. Em condições normais, com um Porto "à Porto", um golo sofrido aos 3 ou 4 minutos de jogo seria apenas um pormenor, nada que a equipa não fosse capaz de resolver. 

Para este Porto tristonho, sem ideias nem motivação, aquele golo foi uma montanha impossível de escalar. Sem intensidade, sem profundidade e sem ideias, o F.C.Porto não conseguiu ultrapassar que o Vitória de Sérgio Conceição ergueu para defender com unhas e dentes a vantagem caída do céu.

As opções do banco também não foram as melhores e o F.C.Porto nem sequer pôde contar com um daqueles rasgos individuais que de quando em vez ajudavam a remediar o falhanço colectivo.

No final, tivemos direito a mais uma demonstração de protagonismo do árbitro que decidiu expulsar Aboubakar mostrando-lhe um manifestamente exagerado 2º cartão amarelo, por um corte com a mão. Nas imagens vê-se que o jogador não tem hipótese de retirar a mão, embora tente, dada a proximidade a que a bola é jogada pelo atleta do Vitória. Mais do mesmo.


O ensurdecedor silêncio

É difícil perceber o que vai na cabeça de quem tem responsabilidade no F.C.Porto. Ninguém da Direcção dá a cara no momento em que a liderança mais se torna necessária e os adeptos e sócios, a não ser pelos bitaites do Dragões Diário, não recebem nenhuma informação do clube.

Um clube sem sócios e uma equipa sem adeptos nada são e o F.C.Porto tem-se votado a um alheamento das bases que é difícil de compreender, sobretudo quando foi graças à militância e à resiliência que os dragões se fizeram grandes. Muito distante desta postura distante e silenciosa, que chega a ter ares de soberba arrogância.

Por muito gratos que estejam pelas conquistas do passado, como podem os adeptos ter paciência e compreensão nestes momentos.

Tem a palavra a Direcção (afirmação retórica).


Sérgio Conceição

Uma nota sobre Sérgio Conceição. Tenho por este rapaz uma grande admiração porque foi alguém que comeu o pão que o diabo amassou. Ficou órfão cedo e chegou a trabalhar na construção civil para sustentar a sua família. O mérito de quem fez uma carreira a pulso não fica esmorecido pelo seu mau feitio mas o que sobressai acima de tudo é o lado sério e profissional do actual técnico vitoriano.

Sérgio Conceição não merecia a campanha posta a circular na semana antes do jogo (de onde terá vindo?) nem o coro de vozes maldizentes dos "paineleiros" da nossa praça que puseram em causa o seu brio e profissionalismo.

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